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Golpes em Portugal que usam fotos sexy e perfis falsos: o que está por trás do ‘sextortion

8.10.2025

Golpes com fotos sexy em Portugal: como funciona o “sextortion” e como se proteger de perfis falsos

O que está por trás dos golpes com fotos sexy

Nos últimos anos, Portugal tem registado um aumento expressivo nos crimes digitais ligados a perfis falsos e ao uso de imagens provocantes para enganar vítimas.

Os burlões sabem que a curiosidade e a vaidade são poderosas armas psicológicas. Por isso, criam perfis com fotos “atrativas” em redes sociais ou enviam mensagens diretas por WhatsApp e Instagram, fingindo interesse pessoal.

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Esses perfis costumam partilhar apenas algumas fotos, mas agem de forma insistente e rápida. O objetivo é levar a conversa para um ambiente privado, onde as defesas das vítimas baixam. Segundo a Polícia Judiciária, este tipo de fraude já provocou prejuízos de centenas de milhares de euros em Portugal.

Antes de responder a qualquer número desconhecido, verifique sempre quem está a ligar em Quemmeliga.pt - é o primeiro passo para se proteger de esquemas deste tipo.

Como funciona o golpe do “sextortion”

O “sextortion” é uma das variações mais perigosas destas burlas. O criminoso convence a vítima a partilhar fotos ou vídeos íntimos durante uma conversa aparentemente privada. Pouco depois, começa a chantagem: se a vítima não pagar, o conteúdo será divulgado publicamente ou enviado à família.

Casos reais confirmam a gravidade da situação:

  • Em agosto de 2025, a Polícia Judiciária deteve sete pessoas ligadas a uma rede de “sextortion”, que operava através do Facebook e do WhatsApp.
  • Em Coimbra, o líder de um grupo semelhante chegou a arrecadar mais de 500 000 euros, ameaçando pelo menos 30 vítimas em todo o país.
  • E, em Lisboa, outro suspeito — já condenado no Brasil por crimes idênticos — continuava a aplicar o mesmo esquema em Portugal.

As autoridades reforçam que, apesar de a maioria das vítimas ser masculina, qualquer pessoa pode ser alvo. A vergonha e o medo de exposição fazem com que muitos casos nunca sejam denunciados.

Deepfakes e perfis falsos: a nova arma dos burlões

A inteligência artificial trouxe uma nova dimensão ao engano. Hoje, criminosos podem criar rostos que não existem, animar imagens e até gerar vídeos “deepfake” com expressões realistas. Em Portugal, o portal Tek.Sapo.pt alertou que já circulam imagens íntimas artificiais de pessoas conhecidas — e até de menores — criadas por IA e partilhadas em grupos de Telegram e Discord.

Este tipo de burla é particularmente perigoso porque as vítimas acreditam estar a falar com alguém real. O burlão usa esses vídeos para ganhar confiança, pedir dados pessoais ou transferências. Quando o engano é descoberto, já é tarde: os dados estão nas mãos erradas e o prejuízo é difícil de reverter.

A melhor defesa é a verificação: um perfil demasiado “perfeito” costuma esconder algo. Desconfie sempre de conversas que avançam depressa e evite clicar em links externos enviados por desconhecidos.

Canais privados e partilhas ilegais: outro lado do problema

Além das burlas diretas, Portugal enfrenta outro fenómeno preocupante: a divulgação não autorizada de imagens íntimas. O jornal El País revelou a existência de um canal de Telegram com mais de 66 000 membros, onde circulavam fotos e vídeos de mulheres portuguesas sem consentimento. Algumas vítimas foram contactadas por utilizadores desses grupos e acabaram envolvidas em esquemas de chantagem ou humilhação digital.

Este tipo de crime atinge não apenas a privacidade, mas também a reputação das vítimas. A PJ e o Centro Internet Segura recomendam denunciar imediatamente qualquer caso de partilha indevida de imagens íntimas, mesmo que as fotos tenham sido alteradas por IA.

Como reconhecer e evitar golpes com fotos sexy

  • Desconfie de perfis novos com poucas publicações
  • Evite enviar qualquer imagem pessoal, mesmo “inocente”, a quem não conhece
  • Nunca clique em links partilhados por mensagens privadas
  • Use apenas plataformas seguras para videochamadas
  • Se receber ameaças, não apague as conversas — guarde-as como prova
  • Denuncie à Polícia Judiciária e bloqueie o contacto imediatamente
  • Verifique números suspeitos em Quemmeliga.pt antes de responder

O que fazer se já caiu no golpe

Se partilhou conteúdo íntimo e está a ser chantageado, não ceda à pressão. Pagar raramente resolve o problema — os burlões costumam pedir mais. Em vez disso:

  • Registe todas as provas (mensagens, e-mails, transferências)
  • Denuncie à PJ através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime
  • Peça ajuda ao Centro Internet Segura (800 21 90 90), que oferece apoio gratuito e confidencial
  • Informe amigos ou familiares de confiança, para que possam ajudar a monitorizar possíveis publicações

Conclusão: uma burla que evolui com a tecnologia

Os golpes com fotos sexy e vídeos falsos mostram como o cibercrime se adapta rapidamente às tendências das redes sociais. Hoje, qualquer imagem pode ser manipulada e usada como ferramenta de extorsão. A única proteção eficaz é a vigilância digital constante: questionar, verificar, desconfiar.

O “sextortion” não é apenas um problema técnico — é uma forma moderna de manipulação emocional. Por isso, quanto mais pessoas souberem reconhecer os sinais, menos vítimas existirão.

Antes de responder a uma chamada desconhecida ou a um perfil “perfeito”, lembre-se: Verifique o número suspeito em Quemmeliga.pt — a sua segurança começa com um clique.